quinta-feira, setembro 16, 2010

As exigências do Amor!


O amor precisa de tempo e de dinheiro, precisa que as vantagens suplantem os inconvenientes, precisa de medir os prós e os contras, faz contas à vida e às vezes também se arrepende.
Ninguém vive do ar, ninguém vive só para amar, ninguém é tão generoso que não cobre nada ao outro, ninguém é tão altruísta – ou masoquista – que aceite um amor descompensado em que o outro só dê chatices e preocupações.
A velha história do amor incondicional já atirou para a sarjeta muitas relações por excesso de zelo de uma das partes.
Hoje olho para a realidade com outros olhos, e sem perder o romantismo, vejo uma ideia mais construída do que é o amor.

O amor dá trabalho.
O amor exige dedicação e concentração.
O amor é feito de escolhas, de cedências e de pequenos gestos todos os dias.
Se ficar doente, prefiro que o meu amor me vá comprar vitamina C e aspirinas do que se perca em floristas.
Se estou cansada, prefiro que vá ao supermercado por mim em vez de me escrever declarações de amor.
E se estou triste, prefiro que me oiça do que me cale a boca a dizer que me ama.

O verdadeiro amor, aquele que é feito no terreno, tem de ser resistente à vida, à realidade, às pequenas contrariedades e aos grandes problemas, ou então não é bem amor. Até pode ser um amorzinho querido, mas não tem aquela força, aquela garra, aquela alquimia que faz com que o amor vença e prevaleça.

Não basta vontade, é preciso disciplina.
E já agora, muito riso e algum siso; juntos, operam milagres.

(A Alquimia - de Margarida Rebelo Pinto)