terça-feira, junho 26, 2007

Lovely...

E porque um babe muito sweet me fez conhecer esta música...que é simplesmente...LOVELY



Eu seria para ti a fuga da solidão
E amanhecia em ti, p’ra noite afastar
Amava-te assim
Por já saber o que é sentir
Que estás dentro de mim

Há-de haver onde começar
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós
Há-de haver tempo p’ra aprender
Há-de haver horas p’ra te pertencer
E mil anos para amar-te

Há-de haver... há- de haver

Tu serias para mim
Certeza na confusão
A calma na tempestade e paz no coração

Amava-te assim
Por já saber o que é sentir
Que estás dentro de mim
Há-de haver onde começar
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós

Há-de haver tempo p’ra aprender
Há-de haver horas p’ra te pertencer
E mil anos para te amar...

Hei-de estar por aqui
Hei-de sempre abraçar-te
Agarrar-me a ti
Com o tempo a passar

Hás-de ter amor p’ra ficar
Há-de haver onde começar
Há-de haver como ver e respirar
O amor que já é
Que está entre nós

Há-de haver tempo p’ra aprender
Há-de haver horas p’ra te pertencer
E mil anos para amar-te

Há-de haver... há-de haver
Eu sei que há-de haver
Há-de haver... há-de haver

quinta-feira, junho 21, 2007

E já dizia Fernando Pessoa


"Nunca amamos alguém. Amamos, tão-somente, a ideia que fazemos de alguém. É a um conceito nosso - em suma, é a nós mesmos - que amamos.

Isto é verdade em toda a escala do amor. No amor sexual buscamos um prazer nosso por intermédio de um corpo estranho. No amor diferente do sexual, buscamos um prazer nosso dado por intermédio de uma ideia nossa. O onanista é objecto, mas, em exacta verdade, o onanista é a perfeita expressão lógica do amoroso. É o único que não disfarça nem se engana.

As relações entre uma alma e outra, através de coisas tão incertas e divergentes como as palavras comuns e os gestos que se empreendem, são matéria de estranha complexidade.

No próprio acto em que nos conhecemos, nos desconhecemos.

Dizem os dois «amo-te» ou pensam-no e sentem-no por troca, e cada um quer dizer uma ideia diferente, uma vida diferente, até, porventura, uma cor ou um aroma diferente, na soma abstracta de impressões que constitui a actividade da alma."

"É de compreender que sobretudo nos cansamos. Viver é não pensar."

(Bernardo Soares - heterónimo de Fernando Pessoa, in "Do livro do Desassossego")

quarta-feira, junho 20, 2007

Terminou e...

..."De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bodas unidas fez-se espuma
E das mãos espalmadas fez-se espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente não mais que de repente. "

Vinícius de Moraes in "Soneto da Separação"